Em setembro de 2006, tivemos o prazer de contar a história de um dos três últimos FNM Onça do mundo. Essa unidade está sob os cuidados de Roberto Nasser, que agora nos dá a honra de ser nosso colunista aqui no WebMotors. Está em exposição no Museu do Automóvel, no Distrito Federal. Das outras duas unidades se sabia pouco, até agora, mas uma delas, vermelha, caiu nas mãos do restaurador Ricardo Oppi, 49, da Oppi Old Cars. E já é o segundo Onça que ele restaura.
“O primeiro foi há oito anos. Ele estava jogado num terreno, na zona sul de São Paulo. Esse que estou fazendo agora eu já havia encontrado em 2005, porém, como eu estava fazendo o outro, ficaria difícil tocar a restauração dos dois ao mesmo tempo”, disse Oppi ao WebMotors.
Como bom investigador, Oppi seguiu a pista do carro com a ajuda de um amigo. “Eu procurava esse carro, que estava no bairro da Mooca, por causa de um amigo, um grande e famoso mecânico da época, que me dizia que sempre aparecia uma pessoa em sua oficina, com um FNM Onça, para fazer manutenção. Só que ele não sabia o endereço dessa pessoa. Até que um dia , no ano de 2005, um outro amigo viu o carro parado numa rua, também na Mooca. Me ligou imediatamente e lá fui eu atrás do carro. Ele ficava escondido numa vila no mesmo bairro. Raramente saía. Alias, a última vez em que ele andou foi em 2005. Consegui o contato com o proprietário e fui ao seu escritório para ver se ele o venderia.”
O encontro reservava surpresas a Oppi. “Algumas pessoas já haviam estado lá, e tentado compra o carro, mas oferecendo muito pouco, como sempre querendo levar vantagem. Fiquei surpreso, pois o dono não só não quis vender como me pediu que o restaurasse para ele. O carro já se encontra em minha oficina, passando por um processo de restauração completa. Como ele é muito completo, faltando apenas alguns detalhes, não teremos grandes dificuldades na execução do serviço.”
Como se pode notar pelas fotos, o Onça realmente está bem preservado, mas ficará mais bonito com a restauração. “Estamos resgatando alguns detalhes de carroceria em fibra, que foram modificados em razão da falta de conhecimento de como é o carro. Também faltam alguns reparos de assoalho e pintura completa, deixando-o novamente com a cor original. Detalhes de carroceria, como para-choques e grades dianteiras, estão sendo reproduzidos, pois os originais estão bem estragados.”
O que este Onça tem de mais valioso é o fato de pertencer desde novo à mesma pessoa. “Ele tem um valor histórico tremendo, pois o proprietário lembra de cada detalhe que o carro apresentava, desde quando o comprou. Isso elimina uma série de especulações que fazem por aí sobre os detalhes que compõem esse carro”, disse Oppi.
O trabalho de restauração deve ser rápido. “É possível que ele fique pronto já para o Encontro de Águas de Lindóia de 2010, mas não podemos dar total certeza.” Nem precisa. O importante, como em toda restauração, é que o carro fique impecável. E que nós tenhamos a chance de vê-lo quando o serviço terminar, assim como no evento de Águas de Lindóia, no ano que vem. Tomara que o proprietário se anime a levá-lo à exposição.
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