Conservar um carro durante três décadas é um grande desafio, ainda mais quando se trata de um veículo de uso diário. No entanto, ao observar este belo Opala de Luxo 1973, concluímos que isto é possível.
O final da década de 1960 foi especialmente importante para a indústria automotiva brasileira, que passou a fabricar modelos atualizados em relação aos mercados internacionais. Dos Estados Unidos, recebemos o Galaxie, apresentado em 1966 e que era idêntico ao norte-americano. E para concorrer com o luxuoso Ford, a GM trouxe para o Brasil uma versão do Opel Rekord, um sedã que fez história por aqui, tal como esse carro das fotos.
Adquirido em São Paulo, em 1973, este Opala é um modelo de alta patente, já que pertenceu a um militar paulistano, que dirigiu o carro durante trinta anos. O estado de conservação revela o zelo do seu proprietário, que o utilizava tanto na cidade quanto em viagens com sua família. Hoje o carro é conservado por outro dono, igualmente zeloso. “Só ando com o Opala nos finais de semana e jamais deixo esse carro estacionado na rua, principalmente embaixo de uma árvore”, explica o sargento Alexandre Magno.
Uma volta neste carro prova que o tempo não foi capaz de deteriorar as maiores virtudes do Chevrolet. O veículo ainda mantém a suspensão firme, mesmo com o habitual molejo de um veículo desse porte. Por dentro e por fora, tudo está conservado como novo, desde os bancos especiais em courvin preto até o painel, os carpetes, os vidros com os selos originais de fábrica e as pestanas vermelhas, accessório muito usado na época.
O funcionamento do motor quatro cilindros é silencioso e econômico. São 2.509 cm³, que desenvolvem 80 cv a 3.800 rpm. Não chega a empolgar como o seis cilindros de 125 cv, mas é mais do que suficiente para sua proposta. No mais, tudo é característica de carro antigo: câmbio de trës marchas com acionamento na coluna, freio hidrovácuo a tambor e bancos inteiriços.
Este automóvel também tem alguns diferenciais, como a leve blindagem nas portas traseiras, que tinham o objetivo de proteger seus ilustres passageiros. Nos tempos da “ativa”, o sedã levou alguns personagens conhecidos das Forças Armadas. Por ser um veículo fabricado no Brasil, era preferência entre os militares.
Para maior conforto a bordo, o carro conta com um modelo especial de rádio, que sintoniza diversas estações de outros países da América Latina.
Com trajetória de sucesso, o Opala na versão quatro portas foi fabricado entre 1969 e 1992, quando foi sucedido pelo Omega.
A manutenção do Opala, mesmo bastante simples, requer atenção e disciplina constante. Na rotina de Alexandre Magno estão itens como troca de filtros, de óleo, revisão do motor e tudo o mais para deixar o carro sempre zero quilômetro. Tudo isso garante um rodar tranqüilo, com todo o prazer que um veículo especial pode proporcionar. Ao ver este lindo Opala passar pelas ruas, muita gente ainda presta continência.