Eles sempre chamam a atenção por onde passam. Seja pela importância
histórica, beleza ou valor afetivo, os carros antigos atraem olhares. E
quanto mais bem conservados, melhor. O brilho nos olhos aumenta diante
da lataria e da pintura intactas, do acabamento interno primoroso e do
funcionamento impecável do motor. Nesse instante, o carro deida de ser
veiculo e se transforma em obra de arte.
Restaurar carros antigos é uma atividade que requer conhecimento,
treinamento e especialização, defende Ricardo Luna, presidente da ACCASC
- Associação do Carro Antigo do Brasil. “O carro antigo é uma área
especializada e não existe um curso de formação especifico para ela no
Brasil”, comenta.
Com intenção de suprir a necessidade de mão de obra especializada
para o segmento e, de quebra, contribuir socialmente com a formação de
jovens, a ACCASC criou um curso de restauração que já rendeu bons
resultados com as duas primeiras turmas, mas que ainda depende do
investimento para crescer mais. “Nós percebemos que não existia esse
curso e inscrevemos o nosso projeto para conseguir patrocínio. O iDort –
Instituto de Organização Racional do Trabalho nos apoiou e bancou essas
duas primeiras turmas”, relata Luna.
A proposta foi oferecida primeiramente, a alunos dos cursos de
funilaria e pintura do Senai. Os participantes recebem treinamento
prático e são capacitados para o mercado de trabalho, além de
participarem de palestras e visitas didáticas e culturais a ateliês
especializados em restauração, feiras e museus de antigos. Também
recebem ajudas para custear alimentação e transporte da empresa
apoiadora.
“Pretendemos ampliar a nossa proposta e criar um curso especifico
para restauração, independente do Senai”, detalha Luna, destacando a
intenção de consolidar a iniciativa como o primeiro curso do segmento no
país.
Mercado de Trabalho
“O profissional formado pelo curso é único”, reforça o presidente.
Como não há uma qualificação voltada exclusivamente para antigos, o
aluno que participa do projeto tem um diferencia no mercado de trabalho.
“A mão de obra para funilaria e pintura já é escassa e, para carros
antigos, é pior ainda”, acrescenta Luna.
Depois de passarem pela capacitação, que dura cerca de três meses, os
alunos podem seguir tanto para o mercado formal quando para o de
antigos. “Na primeira turma, no meio do curso, dois jovens foram
contratados”, destaca Luna. “Fazemos um monitoramento dos alunos após a
conclusão do curso e, no ultimo monitoramento, constatei que mais dois
jovens também estão trabalhando, um deles, na Nissan”.
“O participante vai obter conhecimento inicial para desenvolver
todo o seu potencial no mercado de trabalho”, finaliza o presidente.
|