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Gurgel Perde João, o Seu Guardião

Gurgel Perde João, o Seu Guardião

Seu João a bordo do Motomachine, modelo raro e que lhe agradava muito por chamar a atenção nas ruas da cidade.

Por sete anos, João Ribeiro, mais conhecido como João da Gurgel, guardou em sua borracharia da Rua Brasil um caixão de defunto que ficava em meio a milhares de objetos, entre eles latinhas, lampiões, manequins, máquinas antigas de fotografia... De tudo o que colecionava, as maiores paixões eram os carros da Gurgel, do qual até herdou o apelido.

João foi enterrado no último dia 29, mas não naquele caixão que tantas vezes via ao dia, sempre dando uns tapinhas de passagem. Amante da vida, dono de um bom humor ímpar e cheio de disposição, João gostava de brincar com quem estranhava aquele inusitado “enfeite”. “Ele (o caixão) fica aqui perto de mim, mas eu quero ficar o mais longe dele que puder”, disse poucos dias antes de morrer.

Fã de carros, João tinha em seu xará João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, criador da Gurgel em décadas passadas, seu grande ídolo. E tinha orgulho de passear de Motomachine, carro que mais parecia uma moto envelopada com janelas e capota transparentes e removíveis, impecável e raro.

Para ele, era um prazer ser parado nas ruas para responder perguntas como: “quanto vale” ou “que marca é?”.

O borracheiro, que trocou a Bahia por Jundiaí, era tido como o verdadeiro guardião do sonho de Gurgel, que chegou a produzir até carros elétricos no Brasil e foi à falência em 1994 (começou a operar em 1969 e fez minicarros, bugues, foras-de-estrada, urbanos e utiltários).

Orgulho do João borracheiro era ter ainda a placa de acrílico que ornou a portaria da fábrica da Gurgel em Rio Claro, além de alguns pôsteres “originais”, como dizia, desgastados pelo tempo.

Seu primeiro Gurgel ele comprou em Vinhedo. Outros, trouxe do litoral, onde o carro faz sucesso por não enferrujar (é feito de fibra). Além dos três Motomachine, ele tinha um XEF. Antes, foi dono de BR800, Supermini e outros.

Fora da marca, tinha um Emisart e teve um Zé Do Caixão (VW TL), que foi todo amassado depois da queda de uma pilha de pneus em noite de ventania. Na época, contou a amigos: “Se fosse um dos Gurgel, me matava”.

Ele deixou seus bens de herança para a mulher, Vera, e para a filha Lucimaura, que é secretária do Clube do Carro Antigo de Jundiaí, do qual o pai era figurinha carimbada. Os carros elas não definiram o futuro, mas Lucimaura garantiu que pelo menos um deles vai ser conservado, em nome da história do João. Do que ela quer se desfazer mesmo é do caixão de defunto. “Estou tentando dar um fim a ele, mas está difícil”, disse nesta terça-feira (10).

João Ribeiro foi vítima de um derrame, voltou para casa, mas não resistiu dias depois a uma parada cardíaca dentro de uma ambulância. Nunca havia dado sinais de problemas de saúde. “Era um sujeito espontâneo, brincalhão e que faz muita falta”, disse Osvaldo do Amaral, presidente do clube, que estuda uma homenagem ao João da Gurgel.

Publicado em: 11/8/2010
Fonte: Agência Bom Dia - www.redebomdia.com.br

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