 O motor V8 de 5 litros é parrudo. É o famoso Ford 302, número que designa a sua cilindrada em polegadas cúbicas. O torque é bom - são 39,5 mkgf a 2.600 rpm -, e já que potência é o resultado do torque multiplicado pela rotação, esse alto torque faz que mesmo em baixas rotações já tenhamos bastante potência disponível. Daí que o Maverick GT está sempre pronto a acelerar com brutalidade, e isso é gostoso - bem no estilo dos pony-cars americanos, como os Mustang e Camaro (C/D 24).
Ícone de uma geração
E para quem gosta de Mustang, que não se engane: o nosso Maverick GT não deve nada em termos de desempenho aos Mustang de sua época - final dos anos 60 e começo dos 70. Ele tem a estrutura mais rígida, o carro torce menos e, consequentemente, sua suspensão trabalha melhor. Fico aliviado ao saber que o Fernando Batista, mais conhecido como Batistinha, partilha de minha opinião. Afinal, há muito tempo que ele é conhecido por ser um ótimo preparador e customizador desses modelos da Ford, além de piloto dos bons. Foi ele quem restaurou este GT de 1976 há cinco anos, mas só que dessa vez o cliente queria a originalidade. Mas por que não uma preparadinha? Ainda mais se ela for nos moldes da época. Então, este aqui deixou de lado o carburador Motorcraft bijet e em seu lugar veio um Holley quadrijet de 600 cfm. Só isso.
Cara de GT: bancos esportivos, volante de três raios e o pequeno contagiros na coluna de direção, na frente dos grandes marcadores dos Maverick. Ao lado, a faixa e o logo no para-lama.
E ficou uma belezura, mesmo porque o que falta ao 302 original é melhor fluxo da mistura, melhor alimentação. Seus 5 litros rendem só 199 cv brutos a 4.600 rpm (cerca de 136 cv líquidos, a medida atualmente usada), o que é pouco para a cilindrada. Então, como é um bom motor - daqueles que marcam época -, com pouca mexida ele ganha muita potência. Ele foi uma espécie de VW AP dos gringos, que inventaram mil modos de endiabrá-lo. E este era e é um dos baratos do Maverick GT: mexer. Só com esse carburador quadrijet (quatro bocas) já se ganha bem uns 30 cv. Se à carburação somarmos um trabalho nos cabeçotes, melhorando o seu fluxo e aumentando a taxa de compressão (a original é baixa, 7,5:1), e colocarmos um comando de válvulas mais forte; bem, meu amigo, a rotação máxima beira as 6.000 rpm e a potência vai fácil rondar os 300 cv brutos.
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