Comprar um carro é o sonho de muitos, mas nunca implica em ganho financeiro para o proprietário, já que, além de pagar pelo produto em si, é necessário pagar seguro, combustível, manutenção e IPVA. E, após todos esses gastos, o dono ainda terá uma perda com a venda do veículo usado, que não terá o mesmo valor de quando a aquisição foi feita.
Mas existem algumas poucas situações em que ter um carro não implica em perda com a sua desvalorização. Um exemplo são os carros de coleção. Isso porque, um modelo com a placa preta, que confere a sua originalidade, pode triplicar o seu valor.
"Um colecionador é como um investidor, porque ele sabe qual modelo comprar, que não vai ter desvalorização. Mas apesar do ganho, um carro de coleção não tem liquidez fácil", explica o consultor de mercado da Molicar, Vitor Meizikas Filho.
Como obras de arte
Segundo ele, os colecionadores de carros sabem a quantia que têm investido nos veículos, mas não sabem a sua liquidez e a lucratividade não é certa. Para Meizikas esse investimento é como o de uma obra de arte, que pode valer a pena para quem é do setor.
Também vale lembrar que os colecionadores têm essa atividade com um hobby, e não como uma forma de aumentar os ganhos. "A gente até vê carros que despertam a atenção do mundo inteiro quando são vendidos, e atingem um valor alto na negociação. Mas são muito exclusivos", explica.
Além dos carros de coleção, há os carros superesportivos e exclusivos para um determinado proprietário que, pelo fato de serem únicos, podem não ter a desvalorização verificada em outros modelos.
Porém, Meizikas lembra que o risco nesse caso é muito grande, pois o modelo pode não "decolar" e não despertar o interesse de outras pessoas, e como chegam a custar milhões, a falta de compradores pode implicar em uma perda financeira alta.
Arcando com a desvalorização
Colecionar carros ou comprar superesportivos exclusivos é para poucos. Se você não pertence a esse grupo, saiba que há algumas medidas que podem diminuir os impactos da desvalorização do seu carro no seu bolso.
Caso já tenha um veículo, a principal ação para conter a perda financeira é fazer a manutenção preventiva, que também é mais barata que o conserto. Isso porque, na hora da revenda, o modelo será avaliado mais pelo estado em que se encontra do que pelo ano, e aquele que foi revisado irá desvalorizar menos do que aquele que não foi.
Mas se você ainda não comprou o seu veículo, algumas escolhas também podem diminuir a perda. Primeiramente, é preciso saber que os modelos mais vendidos no País terão as menores desvalorizações, já que possuem uma boa procura pelos consumidores. A cor do carro também influencia. Se você escolher a prata, a revenda será mais fácil do que com um modelo vermelho, por exemplo, que é uma cor menos procurada pelas pessoas. |