Feito a partir do projeto dos engenheiros Jim Keeble e John Gordon, o
Gordon Keeble GT foi mostrado pela primeira vez ao público, no Salão de
Genebra (Suíça) de 1960. Com linhas traçadas pelo então jovem desenhista
Giorgetto Guigiaro, que tinha apenas 21 anos e trabalhava no estúdio
Bertone, o cupê britânico era fabricado em um hangar em Southampton
(Inglaterra). O modelo vinha com alguns componentes usados em aviões,
como a carroceria de fibra de vidro e o console central almofadado
cheio de botões e instrumentos.
O interior requintado incluía equipamentos como vidros elétricos,
bancos de couro com largos apoios laterais, cintos de três pontos e
volante com aro de madeira e raios metálicos. Como um legítimo cupê 2+2,
havia espaço suficiente para dois adultos da frente e duas crianças
atrás, que viajavam com o deleite de ouvir músicas em som estéreo, outro
item de série. Detalhe interessante eram as saídas de ar feitas de PVC,
idênticas às usadas em aviões de luxo dos anos 60.
A partir de 1964 começava a ser vendida a versão definitiva
do esportivo que veio para tentar tirar a soberania dos modelos
italianos e alemães. Testado pela renomada revista britânica Autocar
& Motor, o Gordon Keeble GT recebeu vários elogios e foi considerado
pelo então campeão em Le Mans, Paul Frere, um dos modelos com melhor
desempenho e estabilidade. Com 150 kg a menos que o concorrente italiano
Iso Rivolta, o carro era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,5
segundos e de atingir 227 km/h. Outro número impressionante era a
velocidade máxima em primeira marcha: 113 km/h.
Para alimentar o motor V8 5.4 de 300 cavalos, acoplado ao câmbio
manual de quatro marchas da Borg-Warner, dois tanques de combustível
foram instalados na traseira. Os freios a disco nas quatro rodas
(fabricados pela Lucas Girling) tinham duplo circuito e dois cilindros-
mestres para garantir frenagens seguras. A suspensão seguia o padrão dos
esportivos de prestígio, com braços oscilantes, molas helicoidais e eixo
traseiro do tipo de Dion.
Infelizmente o sonho dos dois engenheiros ingleses durou
pouco. O custo de produção do esportivo inglês era maior que o preço
vendido ao público, o que levou a fábrica à falência em 1968. Mesmo
depois da tentativa de retomar a produção, apenas 104 modelos foram
fabricados. Segundo informações fornecidas por clubes de proprietários,
90 unidades do Gordon Keeble GT ainda continuam rodando em diferentes
partes do mundo. |