A Maserati Boyle Special nas 500 Milhas de Indianápolis
31/03/2010
As 500 Milhas de Indianapolis fazem parte da história do desporto automóvel. A oval americana foi aberta em 1909, mas o seu piso inicial em pedra cedeu rapidamente, causando vários acidentes graves. Carl Graham Fisher, fundador do circuito, mandou cobrir toda a pista com 3,2 milhões de tijolos, o que deu origem ao apodo brickyard. Hoje, o traçado está integralmente asfaltado, com excepção da linha da meta, onde são ainda visíveis os tijolos primitivos.
A primeira edição das 500 Milhas teve lugar em 1911. Desde essa altura que a prova foi disputada todos os anos, salvo nos períodos de 1917/1918 e 1942/1945 devido aos dois conflitos mundiais. Nas primeiras edições os construtores europeus coleccionaram vitórias: entre 1913 e 1916, a Peugeot, a Delage e a Mercedes dominaram. Depois, quando a Europa lutava com os nazis, a Maserati ganhou em 1939 e 1940 com o 8CTF conduzido pelo americano Wilbur Shaw.
Wilbur Shaw en 1939
A Surpresa Em 1939 ninguém duvidava da competitividade do monolugar da Maserati, mas a vitória do modelo vendido para os Estados Unidos e baptizado como Boyle Special acabou por surpreender tudo e todos, tanto mais que, nos anos precendentes, a vitória escapara à Bugatti, Fiat, Delahaye e Alfa Romeo.
A 30 de Maio de 1940 – o Memorial Day –, Wilbur Shaw repetiu a vitória em Indianapolis, mas a saga da Maserati nas 500 Milhas poderia ter ido mais além. Em 1941, Wilbur Shaw esteve à beira de garantir a terceira vitória consecutiva (o que seria um recorde), que falhou devido a uma jante partida. No entanto, Ted Turner garantiu o terceiro lugar para a marca italiana.
Depois destes anos de sucesso, os europeus afastaram-se da prova, devido ao regulamento particular da corrida, apesar de esta ter sido integrada no Campeonato do Mundo de Condutores (F1) quando este foi criado em 1950, mantendo-se no calendário até 1960. Nos primeiros anos da década de 50 a Ferrari tentou a vitória, mas não chegou lá. Depois, foi um interregno que durou até 1961, quando Jack Brabham alinhou em Indianapolis com um Cooper.
Mas foi necessário esperar até 1965 e 1966 para os europeus voltarem a fazer a festa. O autor da proeza foi Jim Clark, ao volante de um Lotus. Quase três décadas depois, o americano Al Unser Jr. garantiu uma nova vitória europeia com um Penske equipado com um motor Mercedes.