Modelo com motor V12 teve Edsel Ford II como um dos seus proprietários
Depois do grande sucesso do modelo 275 GTB/4, apresentado em 1968, a Ferrari lançava um sucessor digno de nota. O modelo 365 GTB/4, que ficou conhecido como Daytona, foi uma das lendas do Gran Turismo que venceu a corrida de 24 horas do circuito nos EUA. Seu estilo aerodinâmico inovou o design da marca, e cada proprietário de uma das 1285 unidades produzidas sabe o quanto vale uma raridade destas na garagem. Como conversível, foram fabricadas só 121 unidades.
No próximo dia 13 de Março na paradisíaca Amelia Island, Flórida, uma destas Ferrari Daytona, na configuração Spider (conversível) fabricada em 1971, na cor amarelo Giallo, irá a leilão, com preço estimado em US$ 1,25 milhão de dólares.
O modelo 365 GTB/4 Daytona foi construído sobre o chassi de seu predecessor, com estilo modificado e atualizado pelo estúdio Pininfarina. A dianteira traz os faróis escamoteáveis que se tornavam moda entre os esportivos. Na Daytona, a dianteira tinha uma grade discreta e escondida, e pára-choques cromados formando um "bigode". As linhas laterais eram retas, sem perder a harmonia das curvas suaves da Ferrari, acentuada por um vinco. A traseira é mais clássica, com dois conjuntos redondos de lanternas e o pára-choque estreito, cromado e igualmente dividido, como na parte da frente.
O motor da Daytona é o V12, de 4,4 litros (4,380 cc), alimentado por seis carburadores Weber 40DCB, conjunto que resulta em 352cv a 7,500rpm. Em termos de velocidade final, o carro chega a 290km/h, e acelera de 0-100 km/h em 5,9 segundos. Na Ferrari 365 os freios são a disco nas quatro rodas, e a transmissão manual de cinco velocidades.
Além de Daytona, a Ferrari Spider também se destacou na Cannonball Baker, corrida que na década de 1970 percorria as estradas americanas entre Nova York e Los Angeles. O modelo venceu sua primeira edição, em 1971, e impulsionou o fenômeno deste esportivo que foi por muito tempo um dos mais desejados pelos milionários americanos.
O modelo 14.671, que irá a leilão, foi encomendado em outubro de 1971 pela Luigi Chinetti Motors, importadora de veículos europeus, no estado de Connecticut. Sem compradores, a loja enviou o modelo para sua outra unidade, em Michigan, nos arredores de Detroit, que concentrava bom público disposto a pagar por uma Ferrari. Entre o início de 1972 e 1976, o carro pertenceu a J. Anthony Forstman, rico empresário de Nova York, quando voltou para a Chinetti Motors e foi anunciada no The New York Times. Só em 1982 a Ferrary Daytona teve um novo proprietário: Edsel Ford II, que pediu que o carro fosse levado para a residência da família em Grosse Ponte, também no estado Michigan. O sucessor dos Ford elogiava o carro e dizia que gostaria de ir para o céu dirigindo sua Ferrari.
Somente após 20 anos, o carro passou para o acervo de um colecionador anônimo e finalmente, em 2009, ele resolveu se desfazer da Ferrari Daytona.
Outras informações sobre o modelo que irá a leilão estão no site www.rmauctions.com |